Pombas, a gente vem até aqui e nada de Tsunami?

Todo mundo sabe que o jornalista gosta é de desgraça. Eu, pelo menos, não me lembro de, em algum dia da minha vida, ter visto numa manchete de jornal, daquelas que aparecem na primeira página, lá em cima, uma notícia boa sequer. Tudo bem. De vez em quando aparecem coisas como “Brasil é Tetracampeão” ou “Lula é eleito Presidente”, mas, mesmo assim, isso só é notícia boa para os que ganharam. Então, se é verdade que jornalista gosta mesmo é de dar má notícia, esse final de semana deve ter tido até festa no sindicato da categoria. Porque foi uma desgraça atrás da outra.

Começou com aquele terremoto do Chile. O que é isso meu deus do céu? As imagens do Haiti nem bem desgrudaram de nossas retinas, e aí acontece um terremoto ainda maior, bem aqui do nosso lado? E não parou por aí. Neste domingo, teve terremoto também na Argentina, embora de menor intensidade, e pasmem: teve terremoto até no Brasil! É… No Recife, um tremor de terra de baixas proporções foi sentido em Caruaru e em praticamente todo o agreste, causando pânico entre os moradores. Os cientistas até que tentaram dar uma amenizada na coisa, dizendo que os terremotos da Argentina e do Brasil não tinham nada a ver com aquele enorme lá do Chile, mas eu não sei nem se isso é muito bom. Se fosse apenas uma espécie de “reflexo” do terremoto do Chile, ainda vá lá, era um terremoto só e pronto. Mas, se pudermos acreditar nos cientistas, foram TRÊS terremotos diferentes, atingindo três países da América do Sul.

E, como se não bastassem as tragédias que vem debaixo da terra, tem também as que vem de cima. O número de mortes causado pelo temporal Xynthia, que varreu o oeste da França no último domingo, já chegou a mais de 40 pessoas, segundo dados divulgados pelas autoridades francesas.

Quer dizer. Foi tempestade pra tudo que é lado, terremotos à revelia. Um fim de semana perfeito para a jornalistada toda. Teve até tsunami, veja você. Por causa do terremoto no Chile, o mundo todo ficou em alerta, com medo de que vagalhões atingissem suas praias. No Japão, mais de 320 mil pessoas foram evacuadas. No Havaí, local mais propenso a um tsunami devido à sua posição em relação ao Chile, uma equipe de jornalistas da CNN falava ao vivo, esperando as ondas. Em dado momento, falando diretamente de uma praia, o repórter olhou para o mar e, sem muito o que dizer, tascou:

– Estamos todos muito ansiosos.

Parecia que estava para começar uma final do Super Bowl.

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